OS PRIMEIROS ANOS DA PARÓQUIA

As expedições organizadas pelos bandeirantes contavam sempre com a presença de um padre, que deveria erguer um cruzeiro e um altar, marcando a presença da igreja católica no local, e iniciar a catequização dos índios.

A bandeira de João Peçanha Falcão, fundador de Peçanha, teve como companheiro de viagem o Pe. Afonso Martins, que ergueu o altar e fundou o Curato, sendo seu primeiro Cura. A Freguesia de Santo Antônio foi criada pelo Bispo de Mariana, Dom Manoel da Cruz, que instalou o Curato em 1758 ou 1759. (SILVA, 2001, p.46). O altar foi dedicado primeiro a Nossa Senhora do Bom Sucesso, (SILVA, 2001, p.144), protetora dos bandeirantes e depois a Santo Antônio.

Os dois santos eram muito venerados pelos bandeirantes. Nossa Senhora do Bom Sucesso, defensora dos perigos existentes nas matas virgens e inóspitas, e Santo Antônio, na crença dos desbravadores, tinha o poder de auxiliar na localização do ouro perdido nos sertões do Brasil, “O Santo das coisas perdidas”.

Em 10 de junho de 1772 foi provisionado Vigário da Vara e dos Descobertos, da conquista do Cuyté, Peçanha e outros, Domingos da Silva Xavier, irmão mais velho de Tiradentes, deixando documentos assinados nos anos de 1776 e 1777. Em 1774, esteve no povoado Pe. Manoel Carmello Vieira, em 1776, José Bento da Silveira. Em 1778, por ordem de D. Maria I, entrou para o Comércio o Pe. João Pedro de Almeida, para mestre das primeiras letras e Doutrina Cristã, com a missão de catequisar os índios. Este padre foi o primeiro capelão do lugar, permanecendo até 1802, ano em que faleceu.

Texto de Marina R. Braga Leão, revisado por Maria de Lourdes Eleto França.

Fontes pesquisadas: Manuscrito endereçado ao Monsenhor Amaral, 1944 SILVA, Oscar Vieira,2002. Peçanha, Breve Notícia História da Fundação da Aldeia de Santo Antônio do Bom Sucesso do Descoberto do Peçanha. Ed. Traquitana, Belo Horizonte